quarta-feira, 17 de julho de 2013

Consumismo desenfreado: O terror das mulheres

Hoje o blog vai abordar um assunto que certamente causará uma certa inquietação em muitas mulheres vaidosas (me incluo nessa): a questão do consumo desenfreado e altamente estimulado pela indústria da moda, que, nos dias de hoje, ganha força ainda maior com as redes sociais, blogs e sites.
Nos tempos em que meu guarda roupa não tinha tantas opções, eu me preocupava muito mais em ser criativa na elaboração dos looks, pois queria que uma única peça parecesse exclusiva cada vez que eu a vestisse.
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Acho bacana a idéia de seguir uma tendência. Minha paixão pela moda despertou de verdade quando morei na Europa. Foi lá que eu percebi que as mulheres seguiam mais ou menos um “padrão” de vestimenta. Eu me sentia um E.T., pois pensava: “Essas mulheres todas devem ler as mesmas revistas sobre moda, não é possível”
Ao mesmo tempo, ficava claro que, no geral, elas não faziam o estilo “consumistas desenfreadas”, e repetiam rotineiramente suas roupas. Ao meu ver, repetir roupas  é uma atitude chiquérrima, principalmente quando se vê uma mesma peça sendo utilizada de 1001 maneiras distintas! Diferente das americanas, as européias preferem gastar uma fortuna numa única bolsa (que elas sabem que vai durar por anos), a ter que comprar várias bolsas bonitas, “que estão na moda” e que depois só irão ocupar espaço no closet. Em suma: elas sabem brilhantemente como OTIMIZAR suas compras. Eu, por exemplo, ainda não estou nesse “nível”, mas jamais compro algo antes de pensar em todas as possibilidades combinatórias daquela peça com algo que eu já tenha.
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Com o tempo, fui entendendo que a moda é muito mais do que roupas, marcas ou designers conceituados.  Ao meu ver, ela é uma maneira de se expressar e mostrar um pouco da sua personalidade, revelando a arte que cada um carrega em si ou, simplesmente, a forma de encarar a vida. E tudo isso pode ser retratado num lenço, no batom diferente que você usou, no cabelo ou numa combinação “inusitada” de um short verde com uma blusa azul klein.
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A moda é para todos.
Mas o que me levou a refletir e escrever a respeito, foi o texto da blogueira francesa Garance Dore, comentado pela brasileira Camila, do Sim Srta.
“Quem nunca parou na frente do espelho e sentiu uma ponta de desanimo, um cansaço das roupas que estão ali… E nem é porque são as mesmas de sempre, mas porque elas estão em todos os lugares, todo mundo tem igual ou parecido. Antigamente era constrangedor encontrar uma pessoa com a mesma roupa que a sua, rolava aquela saia justa e hoje sinto que se você se veste diferente é um ET. Não tem calça listrada? Ignorou o sneaker? Para o mercado você tá fora, mas e para você?
Garance comenta que isso pode ser por conta dos blogs de Street Style que são alvos de críticas visto que várias pessoas fotografadas se  vestem para causar nas semanas de moda, não é natural. Fenômeno parecido ocorre aqui no Brasil com os looks do dia. Eu faço sempre que posso, os meus e alguns comerciais, por que não? Mas tudo dentro do meu gosto, estilo e biotipo. Não adianta forçar a barra porque eu mesma não me sinto a vontade, não sou uma profissional do look do dia.
Fato é que a Garance comentou sobre ter menos roupas e misturar mais, ser mais criativo. Algo que funciona bem em viagens, mas na vida real não. Outro mandamento é da peça perfeita, seja ela qual for, aquela que você se sente tão bem que quer ter um estoque dela, da bolsa que você ama até aquela camiseta que te acompanha diariamente, que pode virar a sua marca registrada. Já parou para pensar se você tem uma marca, algo que todo mundo olhe e lembre de você?
Itens de qualidade também estão presentes nos mandamentos de Garance. Qualidade para durar anos e anos e isso não quer dizer que seja algo caro, ela mesma citou que tem roupas da Zara que não custaram caro, tem qualidade e que estão com ela até hoje. Nem sempre a qualidade está associada a marca ou preço. Também tem a história de comprar o que te favorece, não adianta brigar, rolar no chão, tem que aceitar e buscar alternativas que te valorizem. Não acredite nas revistas, tem roupas que nem em modelos ficam boas e truques de produção de moda fazem aquela peça ficar perfeita até na perfeita Gisele. Não se engane nem se deixe enganar.
E por fim, o prazer em comprar. É, vai falar que você não tem? Quando a gente compra demais, perde esta sensação ou ela fica tão pequena que nem percebemos. É tipo um relacionamento. Você flerta com aquela peça várias vezes, até que toma coragem de pedir em namoro, ao chegar na boca do caixa e passar o cartão, é um casamento, você sente que vai perder algumas coisas (tipo dinheiro né??) mas logo ajusta e aperta para caber no orçamento. É uma loucurinha pelo tesouro. Você olha para ele, fica horas admirando. Pode parecer besteira, mas não é. É o sentimento de conquista, mas uma conquista consciente, seja de uma bolsa até a casa própria. Só que este sentimento tá tão banalizado… acho que os sentimentos em geral né?”

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